Por Manuel Beninger, ingeniero, empresario, analista político. No passado, o Norte de Portugal e a Galiza partilhavam a mesma língua, o gal...
Por Manuel Beninger, ingeniero, empresario, analista político.
No passado, o Norte de Portugal e a Galiza partilhavam a mesma língua, o galaico-português. Com o tempo, o português foi-se tornando autónomo, mas algumas influências do galego ficaram. Uma delas foi a forma como se pronunciam as consoantes, explicando, em parte, a troca dos “v’s” pelos “b’s” que ainda se ouve no Norte do país.
Existe um nome específico para essa particularidade: chama-se betacismo. Segundo o dicionário Priberam da Língua Portuguesa, o betacismo refere-se à mudança de som em que o [v] é substituído pelo som [b] ou vice-versa. Um exemplo clássico é a pronúncia de “binho” em vez de “vinho”. Esse fenómeno tem raízes profundas na evolução da língua portuguesa.
Hoje em dia, o betacismo é mais do que uma caraterística fonética; é um traço cultural e identitário. Os nortenhos, especialmente os portuenses, têm orgulho dessa particularidade, que os distingue do resto do país. É algo que faz parte da forma de ser e de falar das pessoas da região, contribuindo para a sua singularidade e encanto.
Assim, desde Viana do Castelo a Coimbra, passando por cidades como Vila Real, Bragança e Viseu, quem comunica com alguém do Norte não consegue ignorar essa forma distinta de falar. É uma marca da região, que reflete, não só a sua forma de comunicar, mas também a sua forma única de estar na vida.”
Trajes típicos da Galicia em principios do século XX na foto.
No passado, o Norte de Portugal e a Galiza partilhavam a mesma língua, o galaico-português. Com o tempo, o português foi-se tornando autónomo, mas algumas influências do galego ficaram. Uma delas foi a forma como se pronunciam as consoantes, explicando, em parte, a troca dos “v’s” pelos “b’s” que ainda se ouve no Norte do país.
Existe um nome específico para essa particularidade: chama-se betacismo. Segundo o dicionário Priberam da Língua Portuguesa, o betacismo refere-se à mudança de som em que o [v] é substituído pelo som [b] ou vice-versa. Um exemplo clássico é a pronúncia de “binho” em vez de “vinho”. Esse fenómeno tem raízes profundas na evolução da língua portuguesa.
Hoje em dia, o betacismo é mais do que uma caraterística fonética; é um traço cultural e identitário. Os nortenhos, especialmente os portuenses, têm orgulho dessa particularidade, que os distingue do resto do país. É algo que faz parte da forma de ser e de falar das pessoas da região, contribuindo para a sua singularidade e encanto.
Assim, desde Viana do Castelo a Coimbra, passando por cidades como Vila Real, Bragança e Viseu, quem comunica com alguém do Norte não consegue ignorar essa forma distinta de falar. É uma marca da região, que reflete, não só a sua forma de comunicar, mas também a sua forma única de estar na vida.”
Trajes típicos da Galicia em principios do século XX na foto.