De que valem as cimeiras ibéricas se não conseguimos resolver o mais simples?, se pregunta el ingeniero José Carlos Barbosa, uno de los mejo...
De que valem as cimeiras ibéricas se não conseguimos resolver o mais simples?, se pregunta el ingeniero José Carlos Barbosa, uno de los mejores especialistas en ferrocarril que existen en la Península Ibérica...
Obrigar os passageiros a fazer um transbordo, quando do ponto de vista técnico seria fácil proceder a alterações no material circulante para a respetiva homologação, é inadmissível. Do ponto de vista operacional, temos tudo o que é necessário: a CP dispõe de carruagens Arco e a Renfe possui locomotivas Bi-Tensão Class 252. Com esta solução, poderíamos não só ligar Lisboa a Madrid, como também o Porto à Corunha.
No entanto, pelo que sei, a Renfe prefere manter as locomotivas paradas a alugá-las. Sendo uma empresa pública, esta decisão poderia e deveria ser tomada pelos acionistas – o próprio Estado.
É urgente mudar mentalidades nestas empresas públicas. A Renfe e a CP devem agir como parceiras, e não como concorrentes, com um objetivo comum: servir os passageiros, sobretudo nas ligações transfronteiriças.
As cimeiras ibéricas continuarão a produzir declarações de intenções no capítulo ferroviário, mas, na prática, parece existir uma espécie de “muro de Berlim” no setor. Apesar de termos abolido as fronteiras físicas há anos, as barreiras ferroviárias entre os dois países permanecem quase intransponíveis, aliás têm vindo a piorar, dificultando significativamente as deslocações de comboio.
A notícia é apenas mais um exemplo da inércia que continua a prejudicar estas ligações essenciais.
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